A Justiça Federal decretou liminarmente o bloqueio de R$ 163,5 milhões da empresa Queiroz Galvão – uma das construtoras suspeitas de participarem do esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro da Petrobras descoberto pela Operação Lava Jato.
O dinheiro confiscado refere-se a um precatório a ser pago pelo governo do estado de Alagoas à Queiroz Galvão. Na avaliação da Justiça, o bloqueio é necessário para que haja a recuperação do dinheiro oriundo de crime.
A Queiroz Galvão afirmou ao G1, por meio de nota oficial, que ainda não foi notificada pela Justiça sobre o bloqueio, mas ressalta que os créditos que tem a receber do Governo de Alagoas são legítimos.
O pedido de sequestro foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF), que de acordo com o juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Operação Lava Jato em primeira instância, alegou que os cofres públicos deveriam ser ressarcidos em mais de R$ 370 mil em virtude das irregularidades cometidas pela construtora.
Ainda conforme o despacho assinado por Moro, o MPF argumentou que a empresa participou do esquema de pagamento de propina a diretores da Petrobras.
O juiz afirma ainda que há depoimento de criminosos colaboradores (que firmaram acordo de delação premiada) a respeito da Queiroz Galvão no cartel de empresa – conhecido como “clube”, além de prova documental.
Sobre o recurso confiscado, Moro vê a medida como uma maneira de assegurar a devolução do dinheiro desviado. “(…) O montante pago a título de propina a agentes públicos constitui produto do crime que deve ser recuperado. Respondem por esses valores tanto o agente público como o corruptor”, diz trecho do despacho.
A Queiroz Galvão na Lava Jato
Segundo as investigações, entre os anos de 2006 a 2014, as empresas do grupo e inclusive consórcios dos quais a Queiroz Galvão teria feito parte, celebraram contratos com a Petrobras de cerca de R$ 8.996.284.630,83.
No cumprimento de mandados de busca e apreensão, conforme menciona Moro, foi localizada um nota fiscal de R$ 386.000,00 emitida pela MO Consultoria contra o Consórcio Ipojuca Interligações, no qual a Queiroz Galvão era integrante.
A MO consultoria é apontada pela Polícia Federal e pelo MPF como uma empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef – considerado do líder do esquema desvendado pela Operação Lava Jato – que tinha como finalidade intermediar o pagamento de propina.
Não foi, porém, identificado o registro do depósito pertinente nos extratos bancários da MO Consultoria.
Com G1