A medida que as demissões vão acontecendo nas obras da transposição do Rio São Francisco, especificamente nos lotes 6 e 7, as empreiteiras buscam resolver o impasse dos bancos de horas de, pelo menos, 600 trabalhadores que ainda estão a serviço. Esta semana as empresas que trabalham para a Queiróz Galvão estão demitindo em massa, estima-se que cerca de 500 operários serão desligados de suas funções.
Operários disseram ao Radar Sertanejo que a maioria dos operários tem bancos de horas a receber[O Banco de Horas é um acordo de compensação em que as horas excedentes trabalhadas em um dia são compensadas com a correspondente diminuição da jornada em outro dia]. Alegando falta de dinheiro espresas estão propondo como pagamento, a alguns operários, a oferta de objetos, como geladeira, por exemplo. Há trabalhadores que tem até 500 horas a receber de empresas da transposição.
Trabalhadores ainda informaram que a empresa Queiróz Galvão terceirizou todos os serviços dos lotes 6 e 7. Nestes lotes apenas as empreiteiras chamadas de “Gatas” estão operando. A terceirização dos serviços acontecem por que a Queiróz Galvão não tem mais interesse em continuar os trabalhos por se tratar das chamadas ‘obras de rotoque’ e o valor financeiro seria pequeno para a empreiteira.
Aos poucos a mão de obra dos lotes 6 e 7 da transposição do Rio São Francisco está acabando motivadas, segundo empreiteiras, por falta de recursos do governo federal.
O Lote 7 da transposição incluem, entre outras, as barragens de Morros e Boa Vista, o túnel Cuncas 2 e o reservatório de Caiçara.
O Lote 6 fica na região de Mauriti-CE e compreende cerca de 20 km de canais, diversas pontes e passarelas. Os dois lotes juntos totalizam uma obra orçada em R$ 650 milhões, sendo 50% para cada lote. As obras integram o eixo norte do canal da transposição das águas, que começa na cidade de Mauriti (CE) e termina em São José de Piranhas (PB). Ambas tem previsão para estarem concluídas até novembro deste ano.
Por: Alex Gonçalves
Radar Sertanejo