Dois homens foram detidos, na manhã deste sábado (12), após matarem um jacaré e tentarem transportar o corpo na mala de um carro. O caso aconteceu no município de Catolé do Rocha, no Sertão paraibano, a 407 km de João Pessoa, após o animal ter sido visto durante uma pescaria em um açude no Distrito de Picos, na Zona Rural de Catolé.
Segundo o soldado Pierre, da Polícia Militar em Catolé do Rocha, o crime teria sido descoberto durante uma abordagem de rotina da PM em uma estrada de barro.
Os policiais teriam abordado o veículo e feito uma averiguação, quando encontraram o corpo do animal na mala do carro.
Detidos, os suspeitos foram encaminhados para a delegacia, onde, segundo o agente Hugo Austen, afirmaram terem visto o jacaré durante uma pescaria, quando resolveram captura e matar o animal.
Após prestarem depoimento, os suspeitos foram liberados. Ainda de acordo com a polícia, o jacaré pode ter chegado ao reservatório através de algum proprietário de sítio ou fazenda, que pode ter usado o bicho para garantir a segurança nas propriedades.
Segundo o professor Ricardo Rosa, contactato pela reportagem, o jacaré morto é da espécie jacaré-de-papo-amarelo, que figurou entre as espécies brasileiras ameaçadas de extinção. O professor afirmou que os suspeitos de matar o animal deveriam ter sido, ao menos, multados, já que se tratou de um crime ambiental.
“Eu e o professor Washington Vieira, que também é biólogo, identificamos o animal. É da espécie papo-amarelo e quem matou deveria, ao menos, ter sido enquadrado como crime ambiental, com multa. Mas, sabemos que sempre existe uma certa condescendência com crimes ambientais. É uma pena um animal como este ter sido morto desta maneira”, relatou o professor.
De acordo com o artigo 29 da Lei dos Crimes Contra o Meio Ambiente, matar um animal silvestre é crime, com penalidade de detenção, que varia entre seis meses e um ano, além de multa.
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