O presidente da Frente Parlamentar da Água e deputado estadual licenciado, Jeová Campos (PSB) se reuniu nesta quinta-feira (29), com o chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wesley de Almeida Felinto, em Brasília, para se inteirar da notícia de que pode haver redução na operação carros-pipa. Atualmente, 169 municípios da Paraíba são atendidos pela operação através de 1.175 pipeiros contratados pelo Comando de Operações Terrestres do Exército Brasileiro (Coter). Em Brasília desde o início da semana, o parlamentar que retoma os trabalhos na ALPB no dia 24 de novembro, após uma licença pós-cirúrgica, mostrou ao representante da SEDEC que qualquer redução agravará ainda mais a situação das populações atingidas pela seca e a estiagem.
“Quero acreditar que a presidenta Dilma vai encontrar uma solução para não prejudicar a operação Carros-pipa, porque do contrário, é no mínimo um contra senso do Governo Federal reduzir essa ação, porque ela é desproporcional a realidade que vivenciamos, com áreas cada vez mais secas, agravada pela ausência de chuvas e prolongamento da seca. Ao invés de reduzir, precisamos ampliar a oferta de carros-pipa no Estado”, destaca Jeová. Ele lembra que, atualmente, cerca de 2 milhões de paraibanos tem nos carros-pipa a única fonte de água potável para abastecimento de cisternas e caixas d’água que suprem as necessidades básicas do dia a dia.
Segundo Jeová, na Paraíba, a redução atingiria os municípios de Santa Cruz, Junco, Triunfo e Assunção, com a redução de 66 caminhões. Nestes casos, explica Jeová, o governo federal argumenta que já há uma ajuda extra do Governo Estadual, o que praticamente cobriria as necessidades da população. “Mostrei ao representante da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil que não tem sentido fazer essa redução, porque além da atual situação ser crítica o cenário que se vislumbra não é dos mais positivos em termos de precipitações e que qualquer redução, por menor que seja, vai ter um impacto muito negativo”, destaca o parlamentar.
Jeová lembra ainda que dos 223 municípios da Paraíba, 22 estão em colapso, ou seja, sendo abastecidos apenas por carros-pipa, outros 25 estão em estado de alerta e mais 91 passam por rigorosos programas de racionamento. Ele lembra que os reservatórios estão em estado crítico – Acauã (15,4%), Boqueirão (14,7%), Engenheiro Ávidos (7,7%), Lagoa do Arroz (6,9%) e São Gonçalo (4,2%) -, não há perspectiva de chuvas que revertam essa situação. “Se houver essa redução, que creio eu não se concretizará, a situação que já é de emergência vai se tornar um caos”, desabafa Jeová, que está aproveitando sua passagem por Brasília, antes de ir para São Paulo, na próxima semana, realizar exames de revisão da cirurgia, para manter contatos com outros órgãos federais a fim de já ir construindo uma agenda propositiva para quando ele retomar suas atividades parlamentares no final de novembro.