A Paraíba registrou 26 casos da síndrome de Guillain-Barré (SGB), com duas mortes, entre janeiro e novembro de 2015. A informação é da gerente executiva de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Renata Nóbrega. A SGB é uma doença neurológica rara, que não tem causa definida, mas pode ser associada a doenças virais.
Segundo Renata, já foi descartada a relação da síndrome com o Zika vírus em 15 casos, após análise clínica dos pacientes. Outros cinco casos ainda estão em investigação para determinar se o surgimento da síndrome teve relação com o Zika vírus. A relação da síndrome com o vírus está sendo investigada após o aumento do número de casos no Nordeste brasileiro.
Do total de casos, seis foram registradas no Sistema de Informação Hospitalar (SIH) de janeiro a julho deste ano. Porém, nessa época, não foram feitos exames nos pacientes para investigar a relação com a Zika. No mesmo período, foram registradas as duas mortes de pacientes com a síndrome.
A gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES ressaltou ainda que, a partir de julho a secretaria solicitou aos municípios que todos os casos de Guillan-Barré fossem notificados para que a investigação da ligação com o Zika vírus pudesse ser realizada.
Em 2014, a Paraíba registrou, no Sistema de Informação Hospitalar, nove casos de Guillain-Barré e três mortes causadas pela síndrome. Nesses casos, também não foi investigada a relação com a Zika.
Segundo a SES, o Ministério da Saúde acompanha junto aos estados os casos diagnosticados de Guillain-Barré e, mesmo não se tratando de uma doença de notificação compulsória, a secretaria estadual mantém um regime de vigilância sob as unidades de saúde paraibanas por meio de uma portaria.
A síndrome
A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune que afeta a produção da mielina, a membrana que envolve os nervos e facilita a transmissão do estímulo nervoso. O distúrbio faz com que o paciente produza anticorpos contra sua própria mielina.
Os nervos afetados ficam com a transmissão dos sinais que vêm do cérebro prejudicada, causando uma perda movimentos musculares. O cérebro também recebe menos sinais sensitivos do corpo, fazendo com que o paciente perca a habilidade de sentir o contato com a pele, dor ou calor.
Microcefalia
O Ministério da Saúde confirmou no sábado (28) a relação entre o Zika vírus e o surto de microcefalia na região Nordeste. Na Paraíba, conforme o último boletim epidemiológico divulgado, foram notificados 248 casos suspeitos de microcefalia até o dia 28 de novembro. João Pessoa concentra 50,4% das notificações, com 125 registros de casos suspeitos.
“A maioria dessas notificações foi realizada com base apenas na medida do perímetro cefálico (PC) igual ou inferior a 33 cm, independentemente da mãe relatar ou não sinais ou sintomas de doenças infecciosas durante a gravidez e de exames complementares. Portanto, trata-se de uma triagem de crianças nascidas a partir de 1º de agosto, que se enquadram na definição de caso suspeito, a fim de possibilitar o desencadeamento da investigação e, com isso, concluir um diagnóstico final de confirmação ou descarte de malformação congênita, conforme protocolo clínico do Ministério da Saúde”, explicou a gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES, Renata Nóbrega.
G1 PB