O Encontro de Jovens Rurais do Semiárido realizado pelo Governo do Estado, por meio do Projeto de Desenvolvimento Sustentável, foi encerrado na manhã desse domingo (31), no Instituto Nacional do Semiárido (Insa), em Campina Grande, após quatro dias de evento, que proporcionou aos mais de 300 jovens oriundos de oito estados do Nordeste e do Norte de Minas Gerais as mais variadas experiências sobre sustentabilidade e políticas públicas nas regiões do Semiárido.
O coordenador do Procase, Hélio Silva Barbosa, avaliou como positiva a realização do evento. “O encontro se afirmou como um espaço de debate e de construção de saberes, assim como de formulação de estratégias para ações de governo e organizações juvenis do Semiárido. O encontro cumpriu seu papel político, formador e transformador. É a partir desse encontro que daremos outros passos para avançar ainda mais nas políticas direcionadas à juventude do Semiárido”, disse Hélio Barbosa.
Ele enfatizou ainda que esta foi a primeira vez que um governo estadual convidou a população juvenil para dialogar sobre políticas públicas para a juventude do Semiárido. “Nós convidamos a Secretaria Nacional de Juventude para debater e assim intermediar propostas para serem incluídas no Plano Nacional de Políticas para a Juventude, assim como o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que se comprometeu em assumir outras pautas e anexá-las ao Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural”, enfatizou.
Para Róger Farias, do Poço das Pedras, localizado no Cariri Oriental paraibano, ter participado do Encontro foi de grande importância para a afirmação da identidade rural da juventude. “Eu vejo grandes avanços nas políticas nacionais de juventude dos últimos governos e cada vez mais nós jovens temos que ter clareza que ainda necessitamos de mais incentivos para que não precisemos deixar as nossas origens. Esse encontro proporcionou a todos nós uma visão mais ampla de como é a real situação dos jovens rurais brasileiros”, comentou Róger Farias.
Já a mineira da cidade de Capitão Eneias, Marilene Faustino, disse que retornará para casa com boas e positivas impressões das políticas de afirmação da juventude rural paraibana. “A sensação que levo é que há mais projetos específicos voltados à juventude nas experiências do Semiárido paraibano que culminam em mais políticas públicas reais de que na minha região, que rasteja em discutir a situação do Semiárido”, disse Marilene, que esteve representando o Movimento Sindical da Agricultura.
O Encontro de Jovens Rurais do Semiárido foi aberto oficialmente pelo governador Ricardo Coutinho na quinta-feira (28) e teve sua programação encerrada com uma série de oficinas que debateu sobre a realidade do Semiárido e suas vertentes.
Oficinas – As oficinas que envolveram boa parte do debate no penúltimo dia do Seminário abordaram os temas: Identidade juvenil e pertencimento do Semiárido brasileiro; Políticas públicas de juventude rural e participação no Semiárido; Estratégia para a inclusão da juventude rural; Educação contextualizada para a convivência com o Semiárido; Olhares diversos sobre o Semiárido brasileiro: produção de fotografia e vídeo; Sexualidade: tabus, mitos e descobertas; Agroecologia, desenvolvimento sustentável e tecnologias sociais de convivência com o Semiárido; Juntos somos fortes: cooperativismo e associativismo juvenil; Comunicação: participação, mobilização social e as novas tecnologias; Elaboração de projetos juvenis: um caminho para a capacitação de recursos no Semiárido; Estratégia para a inclusão da juventude rural; Educação contextualizada para a convivência com o Semiárido; Olhares diversos sobre o Semiárido brasileiro: produção de fotografia e vídeo; Sexualidade: tabus, mitos e descobertas; Agroecologia, desenvolvimento sustentável e tecnologias sociais de convivência com o Semiárido; Juntos somos fortes: cooperativismo e associativismo juvenil; Comunicação: participação, mobilização social e as novas tecnologias; Elaboração de projetos juvenis: um caminho para a capacitação de recursos no Semiárido.
Troca de experiências – Em um momento de troca de experiências sobre a vida no Semiárido, vários jovens expuseram suas ações nas regiões. Como colocou Mônica, assentada da Reforma Agrária, no Assentamento Caiana dos Crioulos. Ela trabalha no Sindicato Rural da cidade de Massaranduba, coordena a Comissão Municipal de Juventude, com cerca de 150 jovens e mais 14 municípios do território da Borborema. “Sou líder religiosa na minha comunidade e o meu trabalho começou em 2003 com o fortalecimento da agricultura familiar com a juventude, além de outras experiências com políticas de gênero, cultura, esporte e lazer. Estamos a cada dia buscando o empoderamento juvenil e o envolvimento em nossas ações para fortalecer o papel do jovem na sociedade”, disse.
A indígena Jaciara Tabajara, da Mata Sul, falou sobre a realidade dos quilombos, aldeias e assentados da sua região. “Quero compartilhar que nós estamos unindo a juventude rural para defender os mesmos direitos que os jovens urbanos têm em nossa sociedade. Precisamos empoderar politicamente os jovens rurais para que eles não façam dos grandes centros urbanos o seu caminho de roçado. Somos indígenas e tenho orgulho disso. Nós estamos capacitando e empoderando a juventude para que ela tenha consciência que conhecimento liberta”, finalizou a indígena.
Edital Procase – O Coordenador do Procase, Hélio Silva Barbosa, afirmou que em breve será lançado um edital que disponibilizará recursos para incentivar iniciativas de jovens rurais do Semiárido paraibano. “O Procase estará incentivando projetos de até 200 mil reais destinados a grupos de jovens que visem desenvolver iniciativas produtivas em seus territórios”, afirmou Hélio.
Saiba mais – O Encontro de Jovens Rurais do Semiárido teve seu tema central intitulado “Compartilhando e Construindo Novos Saberes sobre a Convivência com o Semiárido” e visou identificar e fortalecer experiências das juventudes rurais do Semiárido e suas organizações e movimentos nos espaços de proposição, formulação e execução de políticas públicas de juventude, para promover o intercâmbio e oportunizar trocas de experiências e vivencias coletivas de aprendizagem.
Tal iniciativa reconhece que as juventudes devem decidir, de forma autônoma, sobre seus interesses para assim poder ser sujeitos de transformação social, rompendo com os processos de exclusão social, sendo este um ponto de partida para uma nova sociedade mais democrática, justa e solidária que reconhece os jovens como sujeitos de direito.