O Partido Trabalhista Nacional (PTN) anunciou ontem rompimento com o governador Ricardo Coutinho (PSB). A decisão foi tomada durante encontro com todos os filiados para discutir temas como as eleições 2012, aumento do número de vereadores, campanha de filiações e problemas políticos com o PSB, dentre outros. Em nota, a direção estadual do partido afirmou que o tema mais polêmico foi a falta de respeito do PSB com o PTN.
“Após várias tentativas frustradas de audiência com o governador e a falta de esclarecimentos, ficou decidido por maioria dos votos que a legenda não aceitará mais o tratamento dispensado pelo PSB aos nossos filiados e que não faz mais parte da base aliada do governo Ricardo Coutinho”, destaca o documento emitido pela direção estadual.
Os dirigentes alegam que o PTN nunca teve o espaço que merecia no governo do Estado. “Nós fomos o primeiro partido a declarar apoio ao governador nas eleições de 2010”, declarou o presidente estadual da legenda, Fábio Medeiros. Ele disse que nas eleições de 2012 o partido apoiou a candidatura de Estela Bezerra à prefeitura de João Pessoa, mas que não recebeu nenhum telefonema de agradecimento por parte do PSB. Segundo Fábio, foram feitos vários pedidos de audiência ao governador, mas não houve resposta: “Nunca conseguimos participação efetiva nas discussões dos problemas da Paraíba. Decepção geral para quem apoiou o projeto desde 2009”.
O PTN contava com dois deputados na Assembleia: Toinho do Sopão, o mais votado nas eleições de 2010; e Eva Gouveia, esposa do vice-governador Rômulo Gouveia. Os dois parlamentares migraram para o PEN e PSD, respectivamente. “O PTN tem história de lealdade, de lutas e de vitórias e não se furtará em defender seus pares de qualquer tipo de perseguição, continuando coeso na busca por melhores dias para a Paraíba”, ressalta a nota.
O presidente estadual do PSB, Edvaldo Rosas, estranhou o rompimento do PTN e disse que vai procurar Fábio Medeiros para esclarecer os fatos. Segundo ele, o PSB tem mantido uma boa relação com todos os partidos que compõem a base aliada do governador Ricardo Coutinho. “Essa história precisa ser passada a limpo”, afirmou Edvaldo.
Lenilson Guedes/JP Online
