A Paraíba registrou 33 ocorrências de violência contra bancos nos primeiros quatro meses de 2016, segundo dados do Sindicato dos Bancários da Paraíba. Entre os casos, os mais frequentes foram as explosões (16) e arrombamentos (12). Também foram registradas ocorrências de assaltos (2), tentativa de assalto (1) e saidinha de banco (1) neste ano.
O diretor administrativo do Sindicato dos Bancários, Marcos Henriques, avaliou os dados de maneira negativa. “Os números continuam altos e ainda tem uma nova modalidade, a de sequestro. Em duas ocasiões, os assaltos em uma mesma agência do Bradesco em João Pessoa foram violentíssimos e os assaltantes levaram refém. A categoria bancária está muito apreensiva”, comentou.
“Essa modalidade traz sequelas irreversíveis aos bancários. Nessa agência, há cinco funcionários afastados com problemas de síndrome do pânico”, lembrou Marcos. Diante desses dados, o G1 entrou em contato com o Bradesco, porém, assessoria informou que o banco não comenta esse tipo de informação.
Apesar do número, a quantidade de ocorrências diminuiu em relação ao mesmo período dos anos de 2015 (50) e 2014 (45). O sindicato, no entanto, não consegue ver o dado de forma positiva. “Essa diminuição é muito sensível diante de um assunto tão sério. Ainda estamos no quinto mês e já estamos em 41 casos [até 17 de maio]. Não dá para mensurar nos primeiros quatro meses. Quando fizer seis, a gente vai fazer uma avaliação”, disse Marcos Henriques.
Nesta quinta-feira (26), o número apontado por Henriques no dia 17 de maio subiu para 42, após o caixa eletrônico de um banco privado ser explodido durante a madrugada na cidade de Arara, no Agreste do estado.
Resposta dos bancos
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) enfatizou que os bancos também são vítimas da violência e que eles conciliam duas frentes de atuação para impedir o avanço da criminalidade: o investimento no aprimoramento da segurança bancária, da ordem de R$ 9 bilhões, o triplo do que era gasto mais de dez anos atrás, e cooperação com as autoridades encarregadas da segurança pública.
“Além disso, são investidas somas expressivas de recursos em tecnologia para a realização de operações de forma rápida e segura por meio dos canais digitais, reduzindo a necessidade de recurso dentro das agências bancárias ou no manuseio de dinheiro em espécie”, diz a nota da federação.
A Febraban ressalta que seus bancos associados vêm acompanhando os ataques a caixas eletrônicos com extrema preocupação. O dano das explosões força as instituições financeiras a reformar o local e a repor os equipamentos danificados, sem reaproveitamento de peças ou maquinário. Segundo a federação, esse prejuízo não é somente da rede bancária, mas de toda a população que depende dos 159 mil equipamentos para acessar os serviços financeiros, realizar pagamentos e ainda efetuar saques além do horário bancário.
“Nesses assaltos e arrombamentos, os criminosos usam força desproporcional, com armamentos pesados, de elevado poder de destruição; a ação de segurança permitida pela legislação aos estabelecimentos comerciais e bancos é insuficiente frente à violência empregada”, explica a Febraban.
Ainda de acordo com a federação, ao longo de mais de uma década, os bancos adotaram uma série de medidas preventivas para contribuir com a redução dos assaltos. Instalaram cofres com dispositivo de tempo, circuitos fechados de televisão (CFTV), sistemas de detecção e de monitoramento, alarme etc. Os bancos também reduziram o volume de dinheiro disponível nas agências e incentivam a população a usar os canais eletrônicos para realizar operações bancárias.
Do G1 PB