A declaração da presidente afastada Dilma Rousseff de que apoia uma consulta popular para a realização de novas eleições como saída para a crise política causou reação no Congresso, no Palácio do Planalto e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No TSE, que seria o responsável por um eventual novo pleito, a proposta é vista com ceticismo.
A corte avalia que seria difícil viabilizar o plebiscito, considerando que a tramitação no Legislativo seria demorada e os custos somados às eleições seriam muito altos. A visão da corte é de que o debate poderia acabar concluído só no ano que vem, o que abriria a possibilidade para que as eleições fossem indiretas.
Lideranças petistas no Senado, contudo, utilizam a proposta para negociar o apoio ao impeachment com parlamentares insatisfeitos com a gestão interina de Michel Temer. Só o Congresso pode convocar um plebiscito. A proposta precisaria ser apresentada por no mínimo um terço dos senadores ou deputados e aprovada nas duas Casas por maioria simples.
Leia mais:
Temer cancela viagem ao Nordeste que seria na próxima semana
Transposição: Lira confirma financiamento do Ramal Piancó
Há um grupo de 30 senadores que diz simpatizar com a proposta, porém, muitos parlamentares da base aliada e da oposição avaliam que a sinalização de Dilma “chegou tarde”. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse que se a proposta tivesse sido feita antes do impeachment, até poderia ser considerada, mas agora só ia gerar mais instabilidade no País.
O líder da minoria na Câmara, deputado José Guimarães (CE), disse que a realização de uma consulta popular sobre novas eleições poderia ser a saída da crise:
— Agora é a hora, o assunto está maduro. Esse movimento tende a ganhar corpo dentro e fora do PT, os democratas do país não podem se recusar a discutir uma saída— criticou.
O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), classificou a proposta de “factoide” criado pelo PT para prejudicar o governo Temer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por: Estadão Conteúdo