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Doação de órgãos é tema de evento cultural no Café da Usina Energisa

usina-2O tema “Doação de órgãos: uma decisão que salva vidas!” esteve em pauta, nesta terça-feira (1), às 20h,  no “Café Filosófico”, evento que acontece, uma vez por mês, no Café da Usina Cultural da Energisa, em João Pessoa. A Central de Transplantes da Paraíba, da Secretaria de Estado da Saúde, e a Organização a Procura de Órgãos (OPO) foram convidadas para falar sobre o assunto.

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“Adoramos o convite porque nos dá oportunidade de falar sobre doação de órgãos e tecidos para um outro tipo de público e, com isso, amplia a discussão, o entendimento do assunto e, consequentemente, o aumento de possíveis doadores. Onde tiver espaço aberto para falar sobre o tema, estaremos lá”, disse a diretora geral da Central, Gyanna Lys.

O curador do “Café FIlosófico”, o psicanalista Guilherme Gaião, disse que ficou muito satisfeito em oportunizar o encontro. “Os pontos apresentados foram muito esclarecedores. Mas, ainda nota-se que a maioria do público prefere temas que falam apenas de relacionamentos amorosos e similares. Mas a luta continua e temos que dar visibilidade ao clamor daqueles que estão guerreando pela sua vida e pela vida de familiares que, por muitos anos, têm sofrido numa fila imensa a espera de alguém que se sensibilize e tenha a boa vontade de fazer uma doação.  Infelizmente, a maioria, por desinformação e preconceito, ainda prefere enterrar para o lixo órgãos que podiam estar salvando muitas pessoas. Agradeço aos que compareceram e lutarei acreditando que esta realidade mudará para melhor”, falou.

Para Gyanna Lys, a pouca quantidade de pessoas que compareceu ao evento demonstra que o tema ainda é tabu, por uma questão cultural. “Na região Nordeste não há esta cultura de doar órgãos e tecidos. Já em outras regiões, há estados onde são as famílias dos possíveis doadores que procuram as centrais. Aqui é uma grande luta para convencer as pessoas sobre a importância do ato para salvar vidas. Mas espero que isso mude e, mesmo que só houvesse uma pessoa para ouvir, sei que lá na frente o que ela assimilou vai fazer diferença”, comentou.

O enfermeiro da OPO e pesquisador do tema doação de órgãos e tecidos, Diego Correia, fez uma palestra mostrando como funciona todo o processo de doação, desde as dificuldades, o trabalho feito junto aos familiares, num momento tão delicado de suas vidas e esclareceu pontos importantes sempre questionados pela população.

Explicou que o que determina a vez de quem está na fila a espera por um órgão é a gravidade da doença, o tempo que está na fila e o tipo de sangue. A condição financeira do paciente não tem nenhuma influência. Falou ainda que a doação não desfigura o corpo como muita gente pensa e lembrou que podem sim ser feitas doações após parada cardiorrespiratória ou morte por acidentes.

O enfermeiro encerrou sua apresentação com um questionamento: “O que está faltando para salvar vidas? Solidariedade ou esclarecimento?”

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