Mesmo passados 45 dias do ano 2017, uma população estimada em mais de 40 mil habitantes dos municípios de São José de Piranhas, Monte Horebe, Bonito de Santa Fé e Carrapateira ainda dependem dos carros-pipa e poços artesianos para fornecer água aos moradores.
Apesar das chuvas, as precipitações ainda não foram suficientes para tirar essas cidades do colapso e o medo de ficar mais um ano com estiagem só aumenta entre os moradores. Grande parte das famílias não tomam banho de chuveiro faz mais de cinco meses.
O caos só não é maior porque muitas pessoas são solidárias com a situação. Parte daqueles que perfuram poços por conta própria compartilha a água com moradores da localidade. É o que ocorre com um poço cavado a poucos metros da sede do portal Radar Sertanejo, em São José de Piranhas. O proprietário de um poço doa água para quem precisa na localidade e ainda banca a conta de energia gasta com o motor durante o mês.
Já outras pessoas compram água na zona rural ou transportam por conta própria, para não pesar no orçamento no fim do mês.
Contudo, grande parte da população nesses quatro municípios depende de carros-pipas alugados ou conveniados com as prefeituras locais, ou até mesmo do Exército, para ter água em casa, tanto na cidade como em comunidades rurais. Os caminhões abastecem as caixas d’água distribuídas pelos bairros, onde os moradores formam filas e levam água para as suas residências. Devido à escassez do liquido precioso, os prefeitos até aumentaram a demanda de caminhões pipas e reservatórios nos últimos dois meses.
Por ser a segunda maior cidade entre os 15 municípios que compõem a microrregião, São José de Piranhas é a mais atingida com a escassez de água. Outra esperança são as adutoras, mas a solução mais imediata seria a ocorrência de chuvas com mais intensidade para encher os reservatórios.
Recentemente, uma equipe de televisão gravou reportagem em São José de Piranhas e Carrapateira sobre a crise hídrica, como parte de uma série de reportagem especial que será exibida ainda este mês no Jornal da Record.
Por Dida Gonçalves
Radar Sertanejo