Intérprete de clássicos do forró como “Caboclo Sonhador”, “Tareco e Mariola” e “Espumas ao Vento” e artista muito popular no Nordeste, o cantor paraibano Flávio José, 64, foi surpreendido há duas semanas com um telefonema de seu amigo e conterrâneo Jassa, mais conhecido como o cabeleireiro de Silvio Santos.
“Eu estava em Campina Grande, tinha acabado de chegar de São Paulo. Jassa disse: ‘Tem um amigo meu aqui de São Paulo que quer falar com você’, e passou o telefone. ‘Oi, Flávio, aqui é o Michel Temer. Estou ligando para parabenizar pela música, muito bonita, chegou na hora certa'”, relata o cantor.
A música a que o presidente se referia é “Deixe o Rio Desaguar”, de Aracílio Araújo, transformada, na interpretação de Flávio, numa espécie de hino da transposição.
Traz versos como “O São Francisco com sua transposição/ No meu Nordeste o progresso vai chegar/ Se é que o Brasil agora está na mão certa/ Na contramão o meu sertão não vai ficar” e “Priorize esse projeto, seu doutor/ E deixe o rio desaguar”.
Embora soe como feita para o atual momento, na verdade a canção foi composta há mais de 20 anos e gravada por Flávio, há 17 anos –no álbum “Seu Olhar Não Mente”, de 2000.
Numa mostra de como o projeto é antigo, os primeiros versos da música já mencionam cidades do eixo norte da transposição: “A água sai de Cabrobó [cidade pernambucana de onde parte o eixo norte], Parnamirim, Salgueiro até Jati”.
Folha de S. Paulo