O ambientalista paraibano, Aramy Fablício, escreveu artigo criticando a falta de preocupação para com a região Nordeste por parte de jornalistas, ambientalistas, ONGs e com relação ao novo Código Florestal Brasileiro. Segundo ele, os jornais do Rio e São Paulo "só focam na Amazônia como a única prejudicada com este novo código florestal caótico".
"Não vejo uma matéria sequer que demonstre preocupação com a caatinga nordestina. Deus também criou vida selvagem neste mundo hostil, com uma biodiversidade de fauna e flora muito rica e com criaturas endêmicas e exóticas, se novo código florestal for aprovado e ferrar a Amazônia Legal, também vai ferir a caatinga e todo planeta", destacou Aramy.
Confira o artigo:
Foi adiada a votação do novo Código Florestal Brasileiro para terça feira, 06 de dezembro de 2011. Moro em uma região de transição entre caatinga e mata atlântica e gostaria de expressar minha indignação para com os jornalistas, ambientalistas, ONGs e todos em geral dos grandes centros, como exemplo os jornais do Rio e São Paulo que só focam na Amazônia como a única prejudicada com este novo código florestal caótico , que vai retroceder tudo o que já foi conquistado e que vai beneficiar apenas os interesses de latifundiários para o desmatamento das áreas virgens, mais derrubada de áreas virgem para a exploração de madeira, pecuária , monocultura de soja , cana de açúcar, biodiesel, etanol. Políticos que direta ou indireta levaram vantagem já que a maioria tem grandes propriedades, e se não tiverem vão embolsar uns trocados no seus bolsos.
Não vejo uma matéria sequer que demonstre preocupação com a caatinga nordestina. Deus também criou vida selvagem neste mundo hostil, com uma biodiversidade de fauna e flora muito rica e com criaturas endêmicas e exóticas, se novo código florestal for aprovado e ferrar a Amazônia Legal, também vai ferir a caatinga e todo planeta. Só vejo falar na Amazônia, Mata Atlântica, pantanal, cerrado. A caatinga é esquecida, mas o desmatamento desordenado existe aqui também, condenando à extinção a vegetação nativa e transformando-se em desertificação e exterminado o habitat natural dos animais. Como se não bastasse o tráfico de animais, que é grande e sem nem um controle ou fiscalização, já que são pouquíssimos os guardas florestais e estes carecem de recursos para trabalhar, como veículos e até combustível. As políticas ambientais são uma vergonha não só na Paraíba e no nordeste, mas em todo Brasil e todo mundo…
Como um código irá representar melhorias na área ambiental quando aumenta a área de desmatamento legal? Se os latifundiários e muitos donos de propriedades não respeitavam antes, imaginem agora que aumentou a área de desmatamento, sem falar nas outras mazelas que o novo código propõe.
Para que uma hidrelétrica que irá inundar quilômetros de florestas, aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas se há tantas opções de energia ecologicamente correta e com um custo bem menor, como a energia solar, eólica, entre tantas. Isto é uma forma de todos embolsarem dinheiro, são mais de 3.7 bilhões de dólares. O mais interessante é que não há plebiscito e ainda dizem que moramos em um país democrático. Desde quando tantos políticos se preocupam com a natureza? Quero deixar bem claro que a Amazônia é um orgulho para todos que amam a natureza. Fico indignado porque os jornais dos grandes centros não veem a caatinga como uma área que faz parte do Brasil e do planeta. A área de transição caatinga mata atlântica é um termômetro de tudo que acontece na região árida, passei a observar tudo desde criança e faço um apelo para que os grandes jornais do país dediquem a mesma atenção a este bioma.
Ambientalista Aramy Fablício.
WSCOM Online