Os índios que estão acampados no assentamento Mucatu, em Alhandra no litoral da Paraíba, um dia depois de serem despejados pela polícia de dois lotes, que pertenceriam ao coronel da PM, Lima Irmão, receberam a visita de muitos padres brasileiros e estrangeiros que estão participando de um encontro em Campina Grande.
Entre eles, estavam o bispo da Diocese de Nova Iguaçu, da Comissão de Direitos Humanos, no Rio de Janeiro, dom Luciano Bergamin, e Frei Beda, que desenvolve trabalhos sociais em vários estados brasileiros.
Dom Luciano classificou a ação como falta de sensibilidade das autoridades em relação à luta por terra e contra o capitalismo. Ele disse que é incrível o que está acontecendo no local.
“Tantos lugares, com tanta terra nesse estado e mesmo assim reprimem índios e trabalhadores que estão lutando pela sobrevivência de suas famílias”, disse.
Segundo o deputado estadual Frei Anastácio (PT), que está apoiando a luta dos índios e dos assentados, a comitiva que lotou dois ônibus, foi prestar solidariedade aos tabajaras e aos trabalhadores que foram feridos com balas de borracha durante a operação de despejo realizada pela polícia, na noite de quinta-feira.
“Com essa visita, a luta contra a instalação da fábrica de cimento na grande Mucatu,ficou conhecida em diversos países, já que padres e missionários de várias nacionalidades conheceram de perto os motivos das ocupações na área”, disse o deputado.
O deputado disse que algumas das cápsulas de balas de borracha de espingarda calibre 12, disparadas durante a operação, foram recolhidas e serão entregues a Ouvidoria Nacional do Incra, para que as providências jurídicas em relação à operação sejam tomadas.
“As pessoas feridas também estão prontas para prestar depoimento, em relação a essa ação de despejo que foi realizada à noite, de forma ilegal”, disse Frei Anastácio.
Da redação com Ascom