A gestão pública no Brasil

Por: Francisco Inacio Pita

As gestões públicas no Brasil andam na sua grande maioria de forma aleatória, uma parte dos gestores se sente poderoso, e trata a população com indiferença, principalmente quem não votou em sua coligação. O voto é secreto, mas o eleitor costuma comentar em quem votou e não falta puxa saco para levar a informação ao gestor e muitas vezes aumenta o bate-papo que ouviu ou cria uma nova história fantasiosa e transmite para o gestor, que muitas vezes não procura saber a verdade e age como se tudo estivesse correto. Desobedecendo as leis e se achando dona do poder, muitos coordenadores temporários da gestão pública, trata o povo na prefeitura como se fosse uma empresa privada, principalmente nas cidades menores, onde o preconceito ainda reina no meio de alguns prefeitos, vereadores e boa parte dos funcionários municipais. Quando são denunciados à justiça age de forma correta e pune os infratores do poder público e o abuso de poder, difícil é encontrar alguém que denuncie, mesmo sem ser preciso se identificar.

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Outro fato que sempre acontece, as gestões ficam anos e mais anos nas mãos da mesma família, há um giro de gerência entre pessoas da mesma genealogia ou amigos próximos, e nada muda no decorrer dessa temporada. Muitos começam sem nada financeiramente, e após alguns anos, observa-se que ele tem um grande patrimônio em nome de terceiros, isso para não despertar os adversários e os órgãos fiscalizadores. Já outros tendem a ser proprietários de terras e fazendas, diversos deles possuem uma rede de casas comerciais, e assim segue, o poder em crescimento, não é na esfera pública, mas no setor privado deles. É claro, que não podemos generalizar, ainda tem muitos gestores bons e que cuidam do dinheiro público como se fosse o dele.

E o povo como fica? “Perguntar não ofende”, e principalmente, se a pergunta não atingir a dignidade pessoal do indagada. Nas ações desastrosas realizadas pela maioria dos gestores públicos, uma parte da população tem culpa, porque o próprio povo tem o direito de indicar e escolhe mal o seu gestor. Grande dos gerenciadores públicos como prefeito, têm a mania de convencer o povão com conversas aleatórias e terminam enganando por muitos anos a sofrida população.

É evidente que não podemos atarracar de forma geral, ainda tem muitos gestores que usam o dinheiro público totalmente em benefício da população, orienta e fiscaliza os seus assessores para não desviar os recursos ou sua função de trabalho. Escolhe pessoas honestas para as secretarias de educação e saúde que administram diretamente os recursos em suas repartições. Essa abertura aumenta o perigo, porque muitos secretários podem fazer uso do dinheiro indevidamente. Estou falando de casos verídicos, descobertos pelos adversários e protocolados na justiça. Tem muitos secretários, tanto da secretaria de educação como da saúde respondendo processos judiciais, e acusados do uso indevido do dinheiro público. Para gastar recursos que vem dos nossos impostos, os senhores gestores precisam de licitações, tudo pode ser combinado e os desvios acontecem em quase todas as esferas, no papel se escreve o que quer, sem generalizar, é nesse jogo de interesse que tudo poderá desandar para o caminho da corrupção.

Porque há falta de consciência na maioria das gestões públicas? “Pergunta não ofende”, eu acrescento, principalmente se a pergunta não atingir a dignidade pessoal do indagada. Na maioria dos casos são as leis existentes em nosso Brasil de Cabral, muitos gestores são punidos depois de alguns anos de sua administração, outros recebem punições leves que dar mais despesas ao país do que o montante que ele devolveu. Eles sempre recorrem a diversas instâncias, e dada a lentidão do julgamento e a lei da prescrição, seus processos terminam sendo prescritos e não acontecem nada, alguns perdem o direito político por alguns anos, mas o seu retorno é garantido e volta nos braços do povo como um santo. Verdadeira falta de consciência e austeridade porque provou na justiça com papel, que era inocente e muitas dessas provas foram forjadas, a justiça não tem muito tempo para investigar, e o falsificador de provas continua crescendo no poder que é emanada do povo que o elege, dando total condição e o direito de permanecer no poder. Nesses fatos que são verídicos, a culpa maior é do próprio povo que tem o poder e o direito de escolher, se errar, todos vão sofrer as consequências de uma administração desastrosos e sem proveito para o povão, sendo de grande valia para os gestores e seus aliados mais próximos que continuam usufruindo dos recursos públicos.

O que fazer para reverter o quadro de desonestidade em nosso Brasil, boa pergunta, mas a resposta está no povo que vota. Nunca se esqueça de lembrar, o voto é coisa séria, quando você escolher alguém errado tudo retrocede, e todos vão ser penalizados. Quando acuso o povo, não estou generalizando, temos muitos eleitores que votam com responsabilidade. O poder é do povo, mas a própria população em sua maioria, precisa escolher bem e com multa coragem e respeito ao direito que tem, não perca a oportunidade que é dada por lei para eleger seus representantes. Se você não aproveitar, analisar em quem vai votar, pesquisar principalmente o seu passado, votar porque ele lhe fez algum favor usando o dinheiro público, comprou a sua consciência no período eleitoral, e outros desmandos que sempre aconteceram nas campanhas eleitorais. Se o povo não despertar logo vai continuar a indisciplina nas gestões públicas pelo Brasil afora. Para resolver cabe ao povo escolher bem, porque o direito para tal ação já tem, cabe agora usar o seu poder e votar bem. Sem essa ação correta, a tendência é continuar essa bagaceira na maioria dos municípios brasileiros, e o povo sem comprar paga a conta do que não comprou e nem comeu.

O mote a seguir descreve em rimas a narrativa do artigo acima.

Mote: e o povo paga a conta
sem comprar e sem comer.

Nas gestões brasileiras
tem traço de desajuste
e para ter um ajuste
tem que começar nas beiras
pois são diversas barreiras
e o povo precisa ver
que para melhor viver
é combater o que afronta
e o povo paga a conta
sem comprar e sem comer.

Na gestão tem algo errado
outra tem evolução
melhorando a situação
do povo sacrificado
falta um bom resultado
já outra tem que rever
o prefeito vai só crescer
na linha de ponta aponta
e o povo paga a conta
sem comprar e sem comer.

É sempre enganação
de político desonesto
e o povo sem protesto
sem cuidar da prevenção
é triste a situação
bom pra quem é do poder
se torno um grande ser
seguindo de ponta a ponta
e o povo paga a conta
sem comprar e sem comer.

O poder é coisa boa
de quem tem dedicação
no Brasil é uma ação
de pessoa as vezes atua
Jesus nunca abençoa
quem não quer o bem fazer
no final só vai sofrer
pela maldade que monta
e o povo paga a conta
sem comprar e sem comer.

Cria sempre um imposto
de forma espetacular
somente pra se pagar
e causa muito desgosto
o povo fica exposto
a pagar sem prazer
resultado ele não ver
só em pensar nos afronta
e o povo paga a conta
sem comprar e sem comer.

O controle é da gente
é unicamente do povo
que escolhe de novo
vamos ser inteligente
o país só vai pra frente
se o povo não esquecer
de sempre bem escolher
pessoa que não seja tonta
e o povo paga a conta
sem comprar e sem comer.

E o pior dessa luta
em toda a caminhada
é ver toda essa cambada
vivendo de forma bruta
lutando em uma disputa
pra poder sobreviver
dá até pra perceber
gestores que se confronta
e o povo paga a conta
sem comprar e sem comer.

Finalizo essa poesia
na linha de criticar
porque não posso encontrar
algo que não contaria
seja de noite ou de dia
tem erro a perceber
vamos lutar pra vencer
se não a gente se espanta
e o povo paga a conta
sem comprar e sem comer.

Muito obrigado a todos e até o próximo encontro.

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Francisco Inácio de Lima Pita  — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.