As eleições de 2024 e as críticas infundadas entre os concorrentes

Por Francisco Inácio Pita

As eleições se aproximam e mais uma vez o eleitor brasileiro terá a oportunidade de escolher, como cidadão livre. Devemos lembrar: se optarmos por uma má opção, teremos quatro anos de sofrimento e uma péssima assistência em todos os setores.

No dia 6 de outubro, o eleitor terá a oportunidade de escolher, em sua cidade, o Prefeito ou renovar sua gestão, e nomear os vereadores do próximo período legislativo, sendo os existentes ou renovar parte ou total. Elegendo maus representantes, seguiremos uma temporada de mal a pior. Vem agora à pergunta e “perguntar não ofende” desde que a indagação não atinja a dignidade pessoal do indagado. Você está preparado para votar? Observou bem os candidatos em que você votou na última eleição? Será que eles corresponderam à sua expectativa? A sua resposta deve ser dada na urna este ano, se todos ou alguns que você elegeu na última campanha atingiram os seus objetivos, é hora de continuar lhe fornecendo o voto de confiança. Se apenas prometeu e nada fez, é o momento de não lhe dar o direito de continuar. Se é assim que você pensa e for também da sua vontade, a responsabilidade de uma boa opção está mais uma vez na sua mão.

Com relação ao pleito deste ano não vejo nada diferente, a grande maioria está perdendo tempo, utiliza-se dos meios de comunicação e das redes sociais, fala o que não deve, difama os seus adversários e criam desavenças, como se ele que está criticando fosse um santo, e dito por ele mesmo como o melhor. Cabe a você amigo eleitor e amiga eleitora, acreditar ou não.

O povo quer propostas de gestão e legislação, ações comunitárias, benefícios que venham de encontro a todos, geração de emprego e renda, e outras benfeitorias que faça a cidade, distritos e a zona rural ter uma melhora na educação, saúde, agricultura e outros setores que engrandeça a população.

A maioria dos pré-candidatos e em breve candidatos após as convenções, estão apresentando propostas e se for observar bem não passam de promessas e ilusões, quase todos os concorrentes não fazem nada mais do que prometer no período da campanha, e depois a grande maioria procura se organizar financeiramente, oferece oportunidade aos seus familiares, apadrinhados e o povão fica sempre em último plano. Se acontecer alguma mudança, será desta vez e pode ser considerado um grande milagre, sempre foi assim em outros pleitos eleitorais, muita conversa e propostas arrasadoras, depois que assume, muda o rumo das ações e pouco faz para a população. São poucos gestores e legisladores que se aproximam do que falou durante a campanha eleitoral.

Outro fato interessante nesta pré-campanha e esperamos que na campanha oficial que se aproxima aconteça alguma mudança, no momento, até a forma de prometer é a mesma das eleições anteriores, os candidatos deviam ter criatividade e mudar o tom da conversa para ver se convence os eleitores. Alguns vereadores dizem de boca cheia quando chega nos bairros ou nas comunidades, “eu consegui fazer essa obra aqui para vocês”, como se conseguir aprovar projetos e o prefeito executar não fosse uma de suas obrigações, faz parte do seu trabalho, além de outros benefícios que tem por compulsão concretizar para a comunidade que representa.

Os legisladores têm a obrigação de criar leis e elaborar projetos que beneficiem as comunidades que representam, muitos deles só aparecem entre quatro e quatro anos, prometem e o povo vota e depois ele desaparece, e só retornam na próxima eleição. Convencido é o povo se acreditar novamente neles, neste caso, a população precisa rejeitar estes malfeitores. Lembrando que os Prefeitos e os Vereadores não são nada mais nada menos do que nossos empregados privilegiados e muito bem remunerados à custa dos impostos que pagamos.

Os eleitores devem ter a precaução de não brigar com seu vizinho, seu amigo, sua amiga, seus familiares, colegas de trabalho somente porque eles têm opção de voto diferente, o pleito é passageiro e a maioria dos políticos não tem critérios, não tem ética e pode mudar de partido na próxima eleição e até se unirem em uma mesma coligação se a situação for melhor para eles.

Você deve lembrar que votar é um ato muito sério e uma obrigação de conformidade com a lei, mas todos têm o direito de votar em quem entender que é melhor para lhe representar. Falei tem o direito de escolher livremente, mas precisa conhecer bem os pretendentes e ter responsabilidade na hora de votar. Não siga à conversa de nenhum assessor no dia eleição se essa não for a sua opção, cuidado para não ser chamado(a) de “Maria vai com as outras”, em outras palavras, as pessoas que estão pedindo voto para a, b ou c, estão recebendo salários ou benefícios individuais, você está livre para votar em quem entender que é melhor para lhe representar.

O que falta na população é se organizarem em comunidades, associações de bairros, associações comunitárias e outros meios associativos, organizadamente e sem aceitar a interferência da política partidária. O ideal após formar as suas associações, os seus representantes e sócios discutirem formas de conseguir benefícios sem usar a interferência dos políticos oportunistas e da politicagem barata, “do toma lá e dá cá.” As associações têm poder jurídico de conseguir benefícios diretos mediante emendas parlamentares ou outras formas.

O povo precisa saber que o legislativo tem a obrigação de elaborar projetos, criar as leis, enquanto o executivo tem a tarefa de cumprir o seu trabalho sem ser em troca de votos. Sendo assim, a população deve entender que o voto é livre, pode votar no político que beneficiou aquela associação, por uma questão de lógica, reconhecimento e nunca por obrigação. Os senhores legisladores já têm salários exatamente para elaborar projetos que beneficiem a todos. Por outro lado, os gestores recebem boas remunerações e outras vantagens, exatamente para executar os projetos aprovados pelo legislativo. É claro, entendo que este meu ponto de vista perturbará a mente dos senhores legisladores e gestores, principalmente para quem está concorrendo nessa campanha.

A pedido do povo de forma geral, devo lembrar, os concorrentes deixem de criticar os seus colegas opositores e apresentem projetos de execução para a próxima gestão, caso seja eleito em outubro deste ano. Esses discursos sem sentido, não contribuem em nada para a escolha no pleito eleitoral que se aproxima. Vão criar juiz, e mudem logo o tom da política, essa história de criticar os seus concorrentes aborrece o eleitor independente que está analisando em quem deve votar. Suas críticas só agradam a uma meia dúzia de puxa sacos que lhe acompanha, mas somente porque você os beneficia com empregos na sua gestão. São os que você dá emprego ou dinheiro, ou passa para ele a esperança de contratá-lo, caso seja eleito.

MOTE: deixe então de criticar / e apresente o seu projeto.

O que devia fazer
na campanha eleitoral
apresentar mais moral
e procurar se conter
trabalhar com mais prazer
e seguir todo certo
fazer sempre o correto
agindo mais que falar
deixe então de criticar
e apresente o seu projeto.

Vejo em toda eleição
alguém defende alguém
nem sempre é para o bem
que se defende a gestão
talvez por ganhar tostão
faz às vezes o incorreto
Planeja tudo concreto
somente nele a pensar
deixe então de criticar
e apresente o seu projeto.

Pensa no essencial
tenha boa condição
de elaborar sua ação
sendo do povo o ideal
a ninguém fazer o mal
trabalhar muito discreto
procure ser sempre reto
em todo lugar que chegar
deixe então de criticar
e apresente o seu projeto.

O político tem a opção
é precisa apresentar
nunca deixar de lutar
e ter uma boa visão
dizer da sua gestão
mostre o projeto completo
seja um bom arquiteto
para o povo analisar
deixe então de criticar
e apresente o seu projeto.

Finalizo a temporada
com rima e poesia
tem gente que aprecia
outro não entende nada
seguirei a minha estrada
procurando o mais concreto
não faço nada indireto
quero os políticos falar
deixe então de criticar
e apresente o seu projeto.

A todos muito obrigado e até o nosso próximo encontro.

______________

Francisco Inácio de Lima Pita  — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.