Cadê o Menino?!

Por: Francisco Jarismar 
“Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa.” João 10;11 -12

Chegamos a mais um natal e o cenário é, como tem sido ao logo de décadas, cada vez mais apelativo. Uso desse termo por discordar veementemente da forma como se avoluma a presença de um mito na festa da natividade cristã. Na marcha que segue em pouco tempo o aniversário será do velhinho de barbas brancas e não mais do Menino Deus.

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PAPAI NOEL NÃO EXISTE! Neste parágrafo é só esse o texto.

Que a data de 25 de dezembro foi uma convenção religiosa para que o nascimento do Menino coincidisse com o “nascimento do deus sol”, no solstício de inverno romano, isso é debatível. Mas, vamos combinar, é demais alimentar ilusões quanto a um senhor de idade voando em um trenó tracionado por renas voadoras. O Menino dividiu a história, já o velhinho iludiu muitos pais que se permitem iludir seus filhos.

Vamos ao debate do iniludível Menino com o farsante de barriga cheia. Jesus é filho de Deus, papai noel é criação do homem. Jesus foi concebido no colo da virgem, papai noel no seio do capitalismo. Jesus nos convida ao amor pleno, papai noel ao consumismo exacerbado. Jesus pregou com simplicidade e não comercializou os seus ensinamentos, papai noel desfila em alegorias e tem hospedagem nos shoppings.

Sigamos com nosso confronto. Jesus percorreu seu destino a pé ou montado em jumento, papai noel desliza nos espaços em um trenó conduzido por renascaribus que voam (isto é incrível!).Jesus foi acompanhado de 12 amados amigos e discípulos, o Santa Klaus gira ciceroneado pelas mascotes aladas. As vestes do Cristo eram discretas e singelas, o velhinho usa o uniforme da coca-cola. A secularização e paganização do natal é fato que centuplica a cada ano que passa!

Jesus espargia amor e compreensão por onde passava, o velho bojudo é um comerciante inveterado. Jesus iluminava a todos com suas parábolas, o velho barbudo atiça o apetite da freguesia, em especial das criancinhas. Jesus é a alegria dos homens, o pançudo barbado é a tentação para os que tem dinheiro.

O barba branca, com o passar do tempo, está tomando o lugar de uma pessoa, a mais importante de todas. O garoto propaganda do capitalismo, sedendo de vendas e lucros está tomando o natal de Jesus. O natal é a festa maior da cristandade e chegamos a um limiar onde precisamos, urgentemente, recristianizar a natividade divina.

Essa conversa de que o bom velhinho alude a São Nicolau, um cristão que viveu na cidade grega de Lykia, no século IV, só tenta legitimar a presença do mercenário numa celebração que nunca foi sua. Nem São Nicolau nem o Santa Klaus são maiores que o Menino Divino, é preciso ter isso bem claro na mente de todos nós.

Hoje em muitos lares não há presépios, o Menino em Sua manjedoura cercado do amor dos mais simples e humildes não é presente na sala principal. Porém, destacando-se entre os enfeites natalinos está ele, o gorrinho vermelho, símbolo de um natal fantasioso, sem nenhum registro na bíblia cristã.

O papai noelsurge uma vez por ano. Jesus Cristo está conosco todos os dias da nossa existência. O velho de barbas brancas e trajado na cor da paixão, tenta lhe vender aquilo que você deseja. O Menino Jesus lhe dá, a todo instante de sua vida, aquilo de que você precisa. Encerro com João 10;13-14“Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado com as ovelhas. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.” Um feliz natal em Cristo Jesus!

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Francisco Jarismar de Oliveira (Mazinho)  — Mestre em Ensino pela UERN. Licenciado em História pela UFCG; Especialista em Informática em Educação pela UFLA e Servidor Público Federal do IFPB.