Depois das eleições

Por Francisco Inacio Pita

Depois das eleições, muda todo o centenário entre os eleitores e os candidatos, uns perdem o pleito, outros saem vitoriosos, já o eleitor comum fica sem ninguém até para conversar. Os vitoriosos vêm talvez agradecer, ou os que não obtiveram êxitos vão lamentar a derrota. Apesar de desobedecer à margem determinada pela justiça eleitoral para gastar durante a campanha, muitos ultrapassam o valor das despesas e ficam endividados até a alma.

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E o que deve fazer o eleitor? É esperar a posse e começar a cobrar ordeiramente, sem baixaria, sem fazer politicagem, e lutar para conseguir o que foi prometido pelos candidatos em ações direcionadas para todos.  Se o eleito prometeu alguma obra após assumir o seu cargo, é hora de tentar encontrá-lo para obter o prometido. Em muitos casos, somente um milagre para que as promessas se tornem realidade.

Depois das eleições acontece o que todos já conhecem, os candidatos vão descansar, fazer os planos de como pagar as dívidas, se defender dos eleitores a quem prometeu o impossível, geralmente começam um jogo de engano que vai até a campanha da próxima eleição.

Depois das eleições, começa a cobrança dos empregos prometidos, o que dificilmente se tornará uma realidade. Se foi eleito o prefeito que está no poder, pouco muda, mas quando é eleito o adversário começa a verdadeira mudança, tem assessor, para não chamar de outro nome que parece uma grande autoridade, começa a se exibir, forma-se a relação dos novos assessores do prefeito a partir de janeiro e começa a velha política da perseguição. Os nomes de quem vão ser os secretários, outros cargos de confiança, como assessores jurídicos, chefes de diversas áreas e assim vão às mudanças em toda a administração.

Quando o prefeito é reeleito, tem poucas mudanças, a sua gestão seguirá praticamente da mesma forma, triste do povo se ele não era um bom gestor. Ou se era um bom administrador, resolve mudar e fazer uma péssima gestão, “tudo pode acontecer, inclusive nada.”

Quanto aos vereadores, a grande maioria deles, mesmo sendo eleito, começa a pensar como pagar as dívidas que contraiu durante a campanha. Mesmo sendo proibido, uma parte dos eleitos comprou a consciência de muitos eleitores.

Com vários benefícios dados pelo governo federal, estadual e municipal para famílias de baixa renda, ainda há famílias desorganizadas que não sabem administrar os seus pequenos recursos e passam por insegurança alimentar. É nesse setor que mora o perigo, o povo sem estrutura recebe, às escondidas, migalhas dadas pelos concorrentes. Muitos dos competidores ficam endividados até a alma. Imagine um vereador ganhando 10 mil reais mensais, multiplicado por 52, referente aos salários e os décimos terceiros de quatro anos, somam-se 520 mil reais, e tem deles que gasta mais de um milhão, mesmo sendo contra as normas da justiça eleitoral. De onde será que ele vai tirar o resto que gastou? “Perguntar não ofende.”

Depois das eleições, muda tudo o cenário, não é uma regra, mas até a construção de obras diminui, outras ficam inacabadas, os políticos desaparecem do meio do povo e só voltam dois anos depois para uma nova campanha eleitoral, aparece as desculpas por ter cumprido o que prometeu, mas não esquece de prometer novamente, caso seja eleito. E o péssimo de toda a trajetória, muitos eleitores recebem para votar e votam e acreditam que ele vai cumprir o prometido após eleito, o que nunca acontece e tudo continua, os políticos na boa e o povão sofrendo as consequências criadas por todos. Somente Deus na causa para mudar esse cenário terrível em nosso Brasil varonil.

Mote:
só depois da eleição
tudo fica diferente.

Quando passa o pleito
tudo fica diferente
vai sofrer muita gente
se não for bom prefeito
se comportam do seu jeito
de forma até indecente
e tira da sua mente
o que prometeu ao povão
só depois da eleição
tudo fica diferente.

A maioria desaparece
do meio do eleitor
vai morar noutro setor
e até do povo esquece
o pobre só padece
por ele não ser decente
abandona a sua gente
indo a outra região
só depois da eleição
tudo fica diferente.

Se não escolheu o bom
a tendência é se agravar
porque tudo vai mudar
e a música muda o tom
o papo tem outro som
não é confortavelmente
muda se inteiramente
é triste a situação
só depois da eleição
tudo fica diferente.

Promessas são esquecidas
descendo de água abaixo
o povo fica por baixo
tudo fica adormecidas
promessas não são compridas
prometida à nossa gente
que sofrerá certamente
por não ter boa opção
só depois da eleição
tudo fica diferente.

Finalizo essa jornada
com muita satisfação
vivo nessa região
com boa luz na estrada
aqui não me falta nada
Deus me deu boa semente
Eu sigo sempre na frente
lembrando ao cidadão
só depois da eleição
tudo fica diferente.

Muito obrigado a todos e até o nosso próximo encontro.

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Francisco Inácio de Lima Pita  — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.