O verdadeiro pai da transposição

O assunto mais comentado do momento é a transposição do Rio São Francisco, obra secular que pode chegar ao seu desfecho brevemente, pois a tão sonhada água, já adentra alguns municípios nordestinos.
Em meio a alegria proporcionada pela a obra, surgem polêmicas e debates acerca de quem a realizou. A final, quem é o pai dessa obra?

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São diversos os pontos de vista em relação ao tema, os apaixonados políticos, esquecem até de cobrar parte que ainda falta, dedicando-se a idolatrar agentes políticos e dando-lhes total reverência.

Vejamos: Pai é quem gera, ou deu origem, ou provocou nascimento, nesse contexto, há até quem diga que a obra teve origem na época do império, sendo defendida já por Dom Pedro, outros já atribuem a paternidade ao ex senador paraibano, Marcondes Gadelha, que ecoou seu grito em Brasília em defesa da mesma, tendo sem dúvida papel importante na realização da obra.

Por fim, o governo Lula tirou do papel, contrariou interesses da gigante Bahia, do anão Sergipe, de inúmeras forças contrárias, até um bispo fez greve de fome tentando barrar essa obra, esquecendo-se da sede do povo sertanejo, bispo este que provavelmente leu o livro de São Cipriano e não a Bíblia Sagrada, regra de fé de todo que se diz cristão.

Mas realmente quem deve assumir a paternidade da obra? Gadelha, o PT, quem? Temos que ser justos e reconhecer que Lula iniciou, porém, a obra tem no POVO a verdadeira paternidade, obra pública é originada do povo, não é toa que somos um dos países a pagar mais impostos do mundo, impostos estes que na realidade devem retornar à população em forma de ações, mas que na grande maioria das vezes não retorna.

O povo, principalmente os mais pobres, têm sido úteis para massas de manobras e sendo feitos fantoches na mão de muitos políticos, que na verdade utilizam-se de uma obra dessa para engrandecimento próprio.

A Transposição é do POVO, para o POVO e originária do POVO, agente político gere o que é publico, enquanto endeusarmos gestores por aquisição de obra, idolatrarmos juízes por fazer cumprir a lei, não passaremos de puros tolos.

O Sertão continua sofrendo, carente, abandonado e tendo que a cada ano renovar as esperanças de um bom inverno, indignado com tanto dinheiro jogado pelo ralo da corrupção e sonhando em um dia poder viver outra realidade, com investimentos que realmente tragam progresso, desenvolvimento e dignidade para esse povo sofrido.

Jorge Batista