“Onde está a justiça?”

Jarismar Oliveira (Mazinho) — Colunista
“Ora, Deus retribui ao homem de acordo com o que este faz, e lhe dá o que a sua conduta merece.” (Jó 34:11)

O título desta coluna é um desabafo do ex-deputado federal Deltan Dallangnol em 9/06/2023. Agora, vamos ao que interessa. Em 17 de junho de 2019 este colunista grafava em um artigo, intitulado: “Você está condenado a me condenar!”, a sua interpretação dos fatos que culminaram com a prisão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva pelo então ex-juiz, ex-ministro, ex-pré-candidato a presidente da república, futuro ex-senador e ex-Clark Kent da mídia colinizada e golpista brasileira, Sério Moro.

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Aos algozes da pandilha curitibana resta relembrar que, com já disse à época – na euforia dos vaidosos, esqueceram-se de que a história não perdoa os fracos e que, por sua vez, concede aos mais robustos a sobrevida necessária para garantir a evolução da humanidade. Agora o ex-presidiário, como já imaginava na coluna em 2019, está solto e vestiu a sua capa vermelha com uma estrela branca estampada ao centro.

Quando naquele momento indaguei: E agora, que fazer? Será que os seus carrascos detêm os mesmos adjetivos, ou similares do prisioneiro? Sairão eles “incólumes” ao incessante vazamento das suas conversas íntimas? Sobreviverá a imagem de heróis após o massacre midiático e o abandono pela CIA e EUA? Serão capazes de garantirem suas biografias a despeito do “mensaleiro”, “corrupto”, “chefe do maior escândalo de corrupção do país” e que estava preso? Hoje sinto que estava profetizando sobre o futuro dessa pulha togada de Curitiba.

Não há mais a perguntar. Os carrascos sucumbiram em suas ambições e não conseguiram se impor. Tiveram vida curta enquanto autoridades moralmente legítimas. Ao contrário do ex-detento, agora descondenado, que vive o auge de sua performance de maior lider popular do planeta nos dias atuais. Aos perseguidores em desespero restou o abandono dos comparsas, algo natural na claque dos golpistas. São covardes por natureza e temem – apavorados, as luzes que sobre suas vidas secretas se lançam. Fugir, correr, exilar-se fora do país talvez lhes seja alternativa à prisão que se prenuncia.

Sim, aos verdugos fica novamente o brocardo popular: as armações e mentiras são prisões para os que as arquitetam. Desafiar este axioma é concorrer com a verdade e achar que tem chances de vitória. Foi a essa disputa que os “Superfriends” da república de Curitiba se lançaram salivantes. Escorregaram na própria baba e agora patinam sobre os mais de 2 bilhoes de bactérias por gota salivada. Em uma abordagem religiosa seria a colheita do que se plantou, a lei de retono “que retribuirá cada um conforme suas obras” (Romanos 2:6).

Ao povo brasileiro fica uma lição histórica, por mais uma vez. A elite deste país não está compromissada com a nação. Está atenta, isso sim, aos seus interesses, por mais espúrios que sejam. Para sabotarem o Estado Democratico de Direito, em suas empreitadas, pactuam nas sombras com as globos, os “faria limers”, a catervagem congressita e as republiquetas do ódio judiciário para criar e destruir reputações. É desse esgoto que saem os Collor’s, os Temer’s, os Bolsonaro’s, os Deltan’s, os Moro’s e os que virão.

Para nós fica o desafio dos novos Lula’s. Aqueles saídos da massa popular. Que nascem, crescem no tempo e no espaço, obedecendo a cada etapa da evolução, formando-se da raiz ao fruto e geminando pela semente. Essa árvore nem as tempestades das derrotas, nem o mau tempo do ódio e nem a reclusão física derruba. Aceitem. Eis parte da resposta à pergunta que intitula esta coluna.

Francisco Jarismar de Oliveira (Mazinho)  — Mestre em Ensino pela UERN. Licenciado em História pela UFCG; Especialista em Informática em Educação pela UFLA e Servidor Público Federal do IFPB.